SPDH GROUNDFORCE: GREVE 24 DE DEZEMBRO
Chegados ao final de 2016, desafiamos-vos a fazer uma retrospectiva do que de relevante se passou, com impacto negativo na vida dos trabalhadores, e que no decorrer do ano fomos registando.
Assim, vejamos:
Após o desbloqueamento das carreiras, os problemas e as arbitrariedades adensaram-se em 2016, em comparação com o ocorrido em 2015, tendo sido verificados critérios diferentes de análise das situações salariais dos trabalhadores, tais como exigência de nota mínima para progressão em todos os anos de permanência no grau quando no ano anterior haviam sido produzidas progressões com apenas uma nota mínima exigida;
A gigantesca trapalhada em que se tornou a Gestão de Desempenho e Potencial, com notas que sobem e descem, com objectivos de empresa que atiram para suficientes trabalhadores com avaliações de quase 100%, com objectivos de absentismo da escala ilegais e comunicados fora de prazo, com trabalhadores a quem não foi agendada uma entrevista de comunicação de nota, passo integrante do processo de avaliação segundo a regulamentação da própria empresa!... E finalmente, o TALENTIA! Essa plataforma insondável que nada permite, mas pode-se fazer!!! Acrescente-se que a regulamentação que pôs tudo isto em prática foi aprovada unilateralmente, à revelia do A.E. (Cláusula 17ª, nº3) não tendo as organizações representativas dos trabalhadores sido consultadas, ou os seus pareceres tidos em consideração;
O desastre completo que foi o planeamento e execução da operação de Verão em termos de planeamento de recursos humanos e equipamentos, facto que levou ao recurso compulsivo do trabalho extraordinário, elevando para níveis inéditos o número de horas extraordinárias realizadas diariamente no universo da escala OPO, e ainda à nomeação directa de chefes de equipa e supervisores sem que fossem cumpridos os respectivos concursos, numa clara demonstração de falta de capacidade e de visão estratégica por parte de quem gere os destinos desta escala, limitando-se a acções puramente reactivas. Não deixamos também de fora a DRH, cujo destino foi recentemente conhecido...Mais um ano sem aumentos nas tabelas salariais, sem renegociação do A.E., com as contas do ano de 2015 aprovadas em assembleia geral apenas em Dezembro de 2016, sem distribuição de lucros pelos trabalhadores conforme o A.E. em vigor;
Um ano em que assistimos ao tratamento deplorável dado a um colega TTAE/Placa, suspenso preventivamente durante 6 meses por uma irregularidade alegadamente provocada pela deficiência na formação e pela falta de criação de condições para que sejam cumpridos procedimentos básicos;
Pelo aparente abandono das várias partes envolvidas (ANAC, Ministério do Equipamento e Infra-estruturas, etc.) nas negociações em sede de Grupo de Trabalho para o Handling, que tantos assuntos incómodos trouxeram para discussão pública nacional e que em tantos aspectos pode melhorar a vida profissional e pessoal dos trabalhadores do sector.
Por tudo isto e por muito mais que diariamente nos abala psicológica e fisicamente, porque não nos podemos deixar levar pelo "rebuçado" da recente resolução sobre as subidas de escalão, que é uma pequena parte de um problema muito maior sobre o qual estamos a agir judicialmente, porque não estamos dispostos a fazer o triste papel de joguetes nas mãos de quem usurpa o poder de decidir, porque não temos alternativa senão demonstrar a nossa indignação e o nosso descontentamento com os meios conquistados por aqueles que no passado nos deram liberdade, apelamos aos nossos associados e todos os trabalhadores da SPDH a aderirem massivamente à greve decretada para o próximo dia 24 de Dezembro, assim como a todas as outras formas de luta decretadas para os dias seguintes, como forma de protegermos os nossos postos de trabalho, a nossa dignidade enquanto trabalhadores, enquanto pessoas e não meros números numa qualquer tabela informática.
